Um estudo observacional conduzido em 12 centros na Espanha avaliou dados de 1874 endoscopias digestivas altas ou colonoscopias eletivas (em 1623 pacientes). 62,7% estavam usando antagonistas de vitamina k, 37,3% DOACs. Idade média de 74,2 anos, sendo três quartos em uso de anticoagulação para prevenção de eventos tromboembólicos em fibrilação atrial. Colonoscopias compunham 68% dos procedimentos.
Em 30 dias o risco foi simular entre os dois grupos em relação a hemorragia gastrointestinal grave: 2,7% apresentaram evento hemorrágico intra procedimento e 4,1% eventos tardios. O total de hemorragias durante biopsias aconteceu em 2,2%.
Quase 60% recebeu algum tipo de interrupção da anticoagulação, mais evidente no grupo varfarina (85%) que DOAC (16%). A realização de transição não foi responsável por aumento ou redução da segurança (p=0,14 para antagonistas de vitamina k e p=0,48 para DOACs).
Outra análise foi feita em relação ao tempo de reinício de terapia anticoagulante: 46% reiniciaram em 24h e outros 46% entre 24 e 48h, sem diferença entre os dois grupos.
Talvez exista uso excessivo de suspensão de anticoagulação. Em todo caso, chama a atenção para o baixo risco de sangramento dos pacientes em situações habituais, independente da estratégia empregada.
Referência Bibliográfica:
Novos anticoagulantes (DOACs) e varfarina tem riscos semelhantes de sangramento durante endoscopia de Santiago ER et al. Clin Gastroenterol Hepatol. 2020 Dec 03. Doi: 10.1016/j.cgh.2020.11.037.
Dr. Bruno Valdigem
Eletrofisiologista do Hospital Vila Nova Star, Hospital São Luiz Jabaquara, Dante Pazzanese.
Especialista em Cardiologia (SBC) área de atuação em eletrofisiologia clínica e Invasiva (SOBRAC) e estimulação cardíaca (ABECDECA).
Doutor em ciências pela Unifesp.
Atual diretor de comunicação da Associação Brasileira de estimulação cardíaca.
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