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Dr. Thyago Furquim

Estudo: TOMAHAWK

TOMAHAWK - Angiography after Out-of-Hospital Cardiac Arrest without ST-Segment Elevation


A necessidade e o tempo correto da realização de cineangiocoronariografia em pacientes sobreviventes de parada cardíaca fora do ambiente hospitalar (OHCA) sem a presença de elevação do segmento ST no ECG é incerta. O infarto agudo do miocárdio é a causa em até 1/3 dos pacientes que sobrevivem a uma PCR fora do ambiente hospitalar, sugerindo um grande benefício da cineangiocoronariografia e eventualmente a intervenção percutânea.


O estudo TOMAHAWK (Angiography after Out-of-Hospital Cardiac Arrest without ST-Segment Elevation) avaliou se a cineangiocornariografia imediata quando não houver elevação do segmento ST no ECG é superior quando comparado com a estratégia de cineangiocoronariografia após tratamento inicial em unidade de terapia intensiva.


Foram randomizados 554 pacientes em 31 centros na Alemanha e na Dinamarca, com idade maior ou igual a 30 anos, que receberam RCP com sucesso no OHCA, onde a causa cardíaca era a causa possível e que não apresentavam elevação de ST no ECG. Pacientes que apresentaram ritmo chocável ou não chocável foram incluídos.


No desfecho primário, onde foi avaliado todas as causas de mortalidade até 30 dias, observou-se que a cineangiocoronariografia precoce não foi superior a uma cineangiocoronariografia após os cuidados iniciais em UTI (54% vs 46% - HR:1,28 – 95% IC :1.00-1,63 p=0,058). Também não se observou diferença no desfecho primário em subgrupos pré-especificados incluindo aqueles com ritmo chocável e ritmo não chocável. Muitos pacientes que vieram a óbito em ambos os grupos foram decorrentes de injúria cerebral anóxica ou por colapso circulatório.


Quanto aos desfechos secundários, onde avaliou-se todas as causas de morte ou déficit neurológico grave nos 30 dias, houve mais eventos no grupo submetido a cineangiocoronariografia imediata (Risco Relativo 1,16; 95% IC: 1.002-1,34).


Avaliando os desfechos de segurança que incluiu sangramento, AVC ou insuficiência renal, não houve diferença significativa entre os grupos sugerindo que a estratégia de cineangiocoronariografia imediata não esteve associada a maior dano.


Dessa forma, concluiu-se que a cineangiocoronariografia precoce em pacientes vítimas de parada cardíaca fora do ambiente hospitalar que não apresentavam elevação do segmento ST no ECG não foi superior a estratégia de cineagniocoronariografia após tratamento inicial em unidade de terapia intensiva.


Referência:

Angiography after Out-of-Hospital Cardiac Arrest without ST-Segment Elevation

List of authors.Steffen Desch, M.D., Anne Freund, M.D., Ibrahim Akin, M.D., Michael Behnes, M.D., Michael R. Preusch, M.D., Thomas A. Zelniker, M.D., Carsten Skurk, M.D., Ulf Landmesser, M.D., et al., for the TOMAHAWK Investigators. NEJM August 29, 2021.


Dr. Thyago Furquim

Cardiologista– Hospital Sino Brasileiro / Rede D’Or São Luiz – Osasco SP

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