AV junction ablation and CRT in patients with permanent atrial fibrillation and narrow QRS.
muitos pacientes não se encaixam nos estudos onde a ablação de FA foi diferencial. Para esses gostaríamos de oferecer mais que apenas medicações, mesmo pensando além de qualidade de vida. O estudo APAF-CRT estudou esses pacientes, FA persistente ou permanente, onde o controle de ritmo não é desejado ou não teve sucesso. O estudo selecionou 133 pacientes portadores de FA que não eram candidatos a ablação de FA ou tinham feito e não tiveram sucesso, QRS estreito e ao menos uma hospitalização no último ano. Foram randomizados entre tratamento clínico ou implante de ressincronizador cardíaco (CRT) e ablação do nó AV.
O estudo é continuação de um que mostrou os desfechos de morbidade (reinternação por insuficiência cardíaca ou piora da IC) publicado em 2020. O estudo atual foca na mortalidade. Os pacientes que sofreram ablação e CRT tinham frequência cardíaca média de 70bpm, em comparação com o grupo que teve a frequência controlada com medicações, cuja FC era de 83 bpm. O seguimento foi de 4 anos. Ao término desse período sobreviveram 12 pacientes dos 63 iniciais no grupo ablação em comparação com 9 pacientes dos 70 iniciais no grupo controle de frequência farmacológico. Isso infere uma redução de risco absoluto de 24%, significativa. Existe benefício mesmo em pacientes com fração de ejeção acima de 35%.
Então talvez seja a hora de oferecer algo a mais para portadores de fibrilação atrial sintomática além do controle farmacológico, mesmo que esse tenha relativo sucesso (pela frequência média obtida no grupo medicação). Se considerarmos a pouca disponibilidade de medicações seguras em portadores de IC, uma medida mecânica/cirúrgica pode se apresentar benéfica.
Brignole M et al. Benefit of AV junction ablation and cardiac resynchronization therapy on mortality among patients with permanent atrial fibrillation and narrow QRS. The APAF-CRT Long-Term Outcome Randomized Clinical Trial. Eur Heart J. Link will go live on publication: https://academic.oup.com/eurheartj/article-lookup/doi/10.1093/eurheartj/ehab569
Dr. Bruno Valdigem
Eletrofisiologista e Estimulista do Hospital São Luiz Jabaquara e Vila Nova Star
Dr. Nilson Araújo
Coordenador do Laboratório de Eletrofisiologia Rede D'Or São Luiz
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